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Hoje fugi. Fugi de casa, fugi das ordens e mandamentos dos meus superiores, fugi do meu canto, fugi dos problemas que me têm sufocado a paciência, fugi dos meus livros e do comando da televisão, fugi de mim. Caminhei pela rua abaixo, pelo sentido oposto ao transito e ao sentido do vento. O vento que fazia esvoaçar cada fio de cabelo meu. Não sabia por onde estava a caminhar. No entanto, encontrei um caminho. Era um caminho novo para mim, e já velho em sonhos. Era um caminho cheio de ervas e flores que terminava com o atravessar de um pequeno rio. Do outro lado desse rio continuava outro caminho: o caminho do mesmo caminho por onde eu havia passado antes até chegar ali. E o rio separava as duas margens. Curiosamente, na mesa direcção que unia ambos os caminhos encontravam-se alternadamente quatro ou cinco pedras, não mais que isso. Prendi uma madeixa de cabelo atrás da orelha; o vento não deixava de o fazer esvoaçar. Atravessei o rio, colocando pé ante pé sobre cada pedra, da maneira que mais segurança me transmitia e sentei-me na última pedra, ainda dentro da sua corrente.
Era a maior pedra dentro do rio, mas nem por isso a mais lisa. A corrente do rio estava calma, corria ao mesmo tempo que corria o vento. Aquele traço de água parecia descer em degraus, mais adiante, formando assim uma espécie de cascata. E eu encontrava-me ali, completamente sozinha (de qualquer espécie de companhia humana, digo eu), interrompendo a solidão apenas os ruídos acolhedores da água e dos raros e longínquos pássaros que por ali pairavam.
Não avancei, deixei-me ficar ali por longos minutos. Ciente de que aquele não era o meu caminho. Não o caminho que eu agora escolhera, ou que melhor me viria a fazer. Deixei-me ficar em sossego a contemplar aquele lugar: parecia algo mágico, com personagens mágicas ... mas a única personagem ali era eu. E eu não era nada mágica, visto que deixei cair a cabeça pousando-a nos joelhos, envolta nos meus braços. (...)* Uma lágrima caiu direita no rio, e a corrente levo-a para longe de mim. Passei o braço pelo rosto e sequei-me os olhos.
O vento soltou um suspiro fresco, levantei-me.
Voltei pelo mesmo caminho para casa. Tinha a certeza de que iria lá voltar. Não interessa quando, mas eu sabia-o. Finalmente aberto o pequeno portão da frente, deitei-me na relva completamente exausta da montanha-russa de sentimentos e emoções a que me tinha exposto nestes últimos meses*. Egotaram-se-me todas as forças que o sol me tinha trazido nos últimos dias. Ao invés de percorrer mais meia dúzia de passos deixei-me ficar ali deitada, com os olhos cravados na estrela mais brilhante do céu, a minha, e sorri-lhe.

(não façam perguntas á cerca deste post, sffv)

15 comentários:

  1. Oh obrigada Carolina :) Mas podes continuar a seguir-me, basta dares-me o teu e-mail :)

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  2. Obrigada eu :) Depois envio-te o convite!

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  3. A sério *-*
    Muito obrigada querida (:

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  4. está lindo fofinha :)
    e se precisares de alguma coisa diz ^^

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  5. De nada meu doce, mas está tudo bem? Minimamente bem ?
    beijinho

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  6. woow, porque este post deixou-me sem palavras, amor!

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  7. estou mesmo! obrigada, minha princesa :$

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  8. Minha Querida Primavera, obrigada pelas tuas doces palavras. Obrigada pela grande força que ali me foi transmitida. Obrigada pelo carinho e pela compreençao. Obrigada por existires! Obrigada obrigada obrigada Meu Doce! E assim, aqueceste-me o coração... Obrigada! E, obrigada ,por me ocupares do meu tempo, com os teus lindos textos de deixar de queixo caido! Está lindo, flor! Mil beijos doces e fresquinhos,(pois está muito calor para beijos quentes, assim refresco-te!) Beijos muitos beijos fresquinhos!

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